A Casa Assombrada

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31 de Outubro de 2017. Era Halloween em nossa cidade, no Eastville, Texas. Eu e meus amigos temos o hábito de nos fantasiarmos de diversos tipos de monstros e criaturas horripilantes da cultura popular e pedir doces nas portas das casas do bairro e exprimir, com o maior ânimo do mundo, na frente dos vizinhos: "Gostosuras ou Travessuras?".

No nosso bairro, havia uma casa em especial, que era grande, bonita e extravagante. Nela, morava um Senhor de Idade que costumava morar lá sozinho, mas que faleceu há alguns atrás. Desde então, a casa vivia abandonada. Eu não sabia se era paranoia nossa, mas ela parecia estar assombrada (um dos motivos que fez muitos compradores desistirem de sua aquisição). Ela se localizava há apenas alguns quilômetros da nossa.
Dizia-se que havia fantasmas vivendo nela, luzes se apagando e acendendo sozinhas, assim como os móveis dela que viviam balançando e flutuando misteriosamente, e presenciávamos tudo da janela. No dia das bruxas, era o dia do grande espetáculo da casa fazer coisas estranhas acontecerem com bastante frequência, nos deixando bastante surpresos e perplexos. Somente os mais corajosas pediam doces ali. 
Meus amigos perguntaram-me se eu não queria ir com eles até lá. Franzi os cenhos, confuso. Eles queriam investigar o que se passava dentro da casa e desvendar este mistério de uma vez por todas. Fiquei trêmulo. Eu não conseguia nem pisar nem no gramado daquela casa direito sem ter o cabelo arrepiado ou os olhos esbugalhados, de medo. Mas, meus amigos conseguiram me convencer a ir com eles, apesar das circunstâncias as quais eu me encontrava. Haviam várias crianças andando pelo bairro, fantasiadas para pedir doces aos adultos e sendo atormentadas pelos adolescentes. Algumas delas foram atrás de nós sem hesitar, sem saber o enorme perigo que as mesmas corriam. Pouco tempo depois, abrimos a porta da casa, e tomamos o maior susto. Demos de cara com a presença do velho senhor, que supostamente estava morto. Ele estava bem ali na nossa frente, vivíssimo e ainda estava fantasiado como um médico louco, de cabelos arrepiados e diversos apetrechos de médico, dizendo:
Crianças! disse ele, esboçando o maior sorriso no rosto, olhando para nós. Não se assustem. Eu só quero entregar alguns doces para vocês!
Mesmo mediante à sua fala, estávamos paralisados de medo, sem dizer uma palavra de volta, achando que seríamos mortos. Mas, para nossa surpresa, aconteceu o contrário do que pensávamos: ele nos entregou muitos doces e fomos muito bem tratados. Ficamos muito confusos. Como aquilo era possível? Como ele ainda estava vivo, mesmo após toda vizinhança ver a ambulância carregando seu corpo, dizendo que já havia morrido em casa, quando foram busca-lo? Logo, ele nos disse que nunca havia morrido de verdade. Ele sofreu uma parada cardíaca, mas facilmente se recuperou pouco tempo depois. Ele se isolou em casa após a falecimento de sua amada esposa, em decorrência de um câncer de mama. Então, ele resolveu pregar peças no Dia das Bruxas para que ele não se sentisse mais sozinho, e gostava de fingir que sua casa estivesse mal-assombrada para chamar a atenção das crianças e atraí-las, para se divertir e entregar-lhes doces, honrando a memória de sua esposa, que adorava tanto este dia na companhia do marido e de seu único filho (que já era um adulto ocupado e hoje morava na Europa).
No fim, foi tudo um mal entendido por conta de um rumor que se espalhou pelo bairro e nunca mais tivemos medo dele ou de sua enorme casa, além de nos tornarmos grandes amigos e visitarmos sua casa todos os anos.


End.


Comentários

  1. Foi uma boa história, apesar de ter sido curta. É o tipo de história pra contar num acampamento xD
    Parabéns Misa, 10/10

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